quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Episódio Leonardo de "Os Lusíadas"

Resumo

No canto IX dos Lusíadas de Luís de Camões existe um episódio bastante conhecido da obra: a história de Leonardo.

Leonardo, um dos tripulantes da navegação portuguesa, era um soldado destemido, extrovertido, valente e namoradeiro. Leonardo já contara com várias decepções amorosas ao longo da sua vida, sendo que cada vez que se apaixonava era largado pela sua amada. Ainda assim este bravo navegador não perde a esperança de ser um dia correspondido.

Tendo isto, na Ilha dos Amores, uma das ninfas, Efire, capta atenção de Leonardo que a persegue tal como todos os seus companheiros perseguiam as suas enamoradas. Leonardo tenta encantar Efire, mas sem sucesso. Dedica-lhe os mais belas falas de amor, não conseguindo reverter a fuga da Ninfa. 

No entanto, passado algum tempo, a ninfa já com pena de Leonardo deleita-se com as suas palavras e acaba por se deixar levar pelos doces ditos do soldado. Consequentemente Leonardo derrete-se com a dedicação de amor de Efire à sua pessoa. Leonardo vê assim o seu destino a mudar, no momento em que é correspondido.


OS CASAMENTOS

A consagração matrimonial pode ver-se aqui como a purificação no seu estado mais real de um amor verdadeiro, evolução do prazer meramente carnal das relações íntimas entre as ninfas e os marinheiros. O Casamento enternece o laço que se perpetua entre os dois intervenientes nestas relações.

Pode relacionar-se estes casamentos com a ideia de recompensa, também. Os marinheiros obtém a tão desejada recompensa na sua junção matrimonial e divina com as belas Ninfas.


Praia das lágrimas de Rui Veloso

Relaciona a canção Praia das lágrimas de Rui Veloso com o episódio "Despedidas em Belém" de Os Lusíadas


Praia das Lagrimas

Rui Veloso

Ó mar salgado eu sou só mais uma
das que aqui choram e te salgam a espuma.
Ó mar das trevas que somes galés meu pranto intenso engrossa as marés.
Ó mar da india lá nos teus confins de chorar tanto tenho dores nos rins.
Choro nesta areia salina será choro toda a noite séco de manha.
Ai ó mar Roxo ó mar abafadiço poupa o meu homem não lhe dês sumiço.
Que sol é o teu nesses céus vermelhos que eles partem novos e retornam velhos.
Ó mar da calma ninho do tufão que é do meu amor seis anos já lá vão.
Não sei o que os chama aos teus nevoerios será fortuna ou bichos-carpiteiros.
Ó mar da China Samatra e Ceilão não sei que faça sou viuva ou não.
Não sei se case notícias não há será que é morto ou se amigou por lá